sweet

doce infância
cabelo molhado
partido pro lado
ou maria chiquinha
tanto faz com franjinha
cheiro doce,
de sabonete
leite quente,
colo de mãe,
bananas de pijamas
dragon ball
um fantástico mundo
de biancas
tiagos, paulos,
marianas
Mundo sapeca,
acordar às oito
ver tv colosso
e pro almoço
punky a levada da breca;
então

senta que lá vem história
de tempos nostálgicos
irmão do meu lado
pique-esconde, pega-pega
balança caixão, balança você,
queria escrever tudo
mas o tempo é pouco
eu cresci e vivo num mundo
em que tempo é dinheiro
e o dinheiro é curto,
preciso estudar
preciso comer
HAKUNA MATATA
é lindo dizer....

reCOMPENSA

a vida toma forma
serpentes
te engolem, te prendem
te sufocam;
correntes
apertam, machucam;
facas
que cortam, dilaceram
te tornas aquilo que deseja
se tornar o que a vida te dá
é tornar-se frio, ferido
e não aquilo que almeja.

figuras

mais um dia que vem
e eu espero,

parada, irada

inerte
feito pedra

criando fungos,
aliterações
paredes me olham
prosopopéia se faz
meu pensamento,

um mar em fúria.

Crio metáforas
fazendo de mim
aquilo que não queria ser
utilizo de hipérboles,
pra dizer que
você me faz morrer de rir,
chorando rios.

100 palavras

continuo sem palavras
mas escrevo aquelas já usadas
já cansadas, aquelas que não posso mais
mas não sei se disso eu preciso
usar essas mesmas palavras,
quando o que mais quero é ficar calada...
como diz o velho deitado:
quem não é visto não é lembrado,
se não for assim, não será assado.