quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Quem não tem colírio...


Por trás de um óculos escuro
vejo a vida em cores
nua e crua
preto no branco,
vejo a rua
vendo a sorte
e o azar
ali naquele lugar
frio e deserto
ninguém por perto
mas bom pra aconchegar,
gotas na janela
sorrisos na lembrança
algo que não volta
e nem pode voltar
chuva nostálgica,
um pouco trágica
passam meses, anos
e num trago,
te trago de volta
e me vejo deitada
lá, entre tattoos
e vinhos
resquícios de carinho
bolados no criado-mudo
sussurros no pé do ouvido
e só um cômodo
assistindo a tudo.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

mal-estar

Naquela confusão
entre ser e estar
os caminhos te levam
ao pensar,
apontam o estar
como algo supérfluo
que faz o ser
um lar,
um lugar onde 
o estar
se torna apenas
um verbo,
assim o ser
mesmo no singular
transforma tudo
em plural,
e forma seu par
em qualquer lugar
entre ser e estar.